sexta-feira, 20 de julho de 2012

Verdade conhecida que só as categorias de base do Clube Atlético Mineiro fazem.

No futebol, os exemplos bem sucedidos de projetos envolvendo grandes clubes como Manchester United e Barcelona, são normalmente esquecidos por nossos gestores, principalmente no que se refere ao futebol profissional. Só que nas categorias de base a história se repete e o resultado final: Má qualidade na formação de atletas, que até pouco tempo foram consideradas ultrapassadas por experientes treinadores num programa de televisão de altíssima audiência na televisão. É neste sentido, que Clube Atlético-MG se destaca, sendo portanto, a grande prova que a estabilidade de profissionais tem fundamental importância no processo de formação de talentos e é um dos grandes motivos do sucesso atleticano na realização deste trabalho diferenciado. Treinadores da base, que têm acima de tudo que preparar os jovens jogadores para atingirem seus melhores índices de desempenho esportivo no futebol profissional, estão nos seus cargos no mínimo em torno de 4 anos. Esta estabilidade permite não só, a execução de projetos, mas também sua otimização. Este aprimoramento constante de métodos e relações de trabalho permite aos profissionais desenvolverem trabalho de excelência em suas categorias facilitando o fluxo de jogadores durante esta fase especial bem como construindo uma verdadeira gestão técnica para a base atleticana. Finalizo este curto post enfatizando que confiar no processo é mais importante do que apenas nos resultados pois, Felipe Soutto, Serginho, Bernard, Renan Ribeiro, Leleu, Paulo Henrique e outros que já deixaram o clube e fazem sucesso onde estão hoje, são os resultados mais importantes que um departamento de futebol de base pode obter e que um clube pode esperar de seu trabalho. Obrigado

quarta-feira, 18 de julho de 2012

PENSAMENTO REDUCIONISTA PREJUDICA EVOLUÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO

No dicionário de filosofia Abbagnano (1995) o Reducionismo é apresentado e definido como algo que foi reduzido, transformado, modificado, manipulado, em nome da ciência. Em modo geral na filosofia, o reducionismo é o nome dado a teorias correlatas que afirmam, grosso modo, que objetos, fenômenos, teorias e significados complexos pode ser sempre reduzidos, a fim de explicá-los, a suas partes constituintes mais simples. Outros termos também são utilizados para expressar a idéia de especialidade, como o mecanicismo e atomismo. Assim a ênfase nas partes tem sido chamada de mecanicista, reducionista ou atomística. O reducionismo nada mais é que a redução de algo, ou seja, a transformação, a modificação, a manipulação de algo, afim de buscar a verdade ou a falsidade. Holismo (do grego holos que significa inteiro ou todo) é a idéia de que as propriedades de um sistema, quer se trate de seres humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas pela soma de seus componentes. baseada na teoria de que os organismos vivos e o meio ambiente funcionam juntos como um todo integrado. O pensamento sistêmico contrapõe o cartesianismo é uma forma de abordagem da realidade que surgiu no século XX, em contraposição ao pensamento reducionista, ou cartesiano, que visava a fragmentação. É visto como componente do paradigma emergente, que tem como representantes cientistas, pesquisadores, filósofos e intelectuais de vários campos. Por definição, o pensamento sistêmico inclui a interdisciplinaridade (BEHRENS, 2005, p.53) Quando fragmentamos o futebol em tático, físico, técnico, psicológico, etc. estamos desta forma limitando o estudo da modalidade a medida que fugimos do mais importante, o jogo. Considerando o jogo como situação-problema (11X11), em que as ações são orientadas ou não á aplicação dos princípios de jogo subordinados ao modelo de jogo, de maneira alguma pode ser fragmentado ou REDUZIDO á aspectos isolados com o intuito de explicar desempenho. De acordo com o técnico José Mourinho: "A forma não é física. A forma é muito mais que isso. O físico é o menos importante na globalidade da forma desportiva." O que é preciso ser entendido, é que não se trata de excluir profissionais ou pesquisas do futebol, mas sim evoluir a execução das funções bem como a relação entre as pessoas envolvidas para um nível mais exato, não de análise, e sim uma síntese dos conceitos de jogo para formação do modelo de jogo praticado. Neste sentido, o treino isolado das capacidades físicas em nada interfere no jogo e na execução de cada ação tática. Com isso, a única fragmentação que nos interessa é a dos momentos do jogo, desde que contextualizados com o modelo de jogo pretendido. Ainda com relação á Mourinho, o mesmo expõe que : "Quando vejo referências as pré-temporadas de nossas equipes e me mostram imagens dos atletas correndo, trabalhando em espaços que não são o campo de futebol, desde a praia ao campo de golfe, me coloco a pensar que estes são métodos superados, para não dizer arcaicos." Ou seja, é ilusório considerar picos de rendimento se a temporada futebolística dura de 10-11 meses, o jogo mais importante sempre é o próximo, portanto a intensidade máxima(que também não é explicada em valores numéricos quaisquer) deve ser praticada em toda temporada sendo a variação permitida apenas no volume e em seu fracionamento. A adaptação assim só ocorre com o treinamento dos princípios, sub-princípios e sub-princípios dos sub-princípios no contexto exato do jogo(intensidade). A intensidade, definimos assim, deve ser concebida em intima associação coma modelo de jogo, como bem preconiza Romano(2007), que ainda cita Carvalhal(2002) descrevendo que: "a intensidade emerge da necessidade de criar dinâmicas do nosso jogo" Pensar em valores percentuais porquê, se no jogo o que conta é o coletivo, é a melhor ação escolhida na MELHOR intensidade possível. Quando me refiro a futebol como esporte tático não estou, portanto excluindo o físico, o técnico e o psicológico pois estão implícitos no jogo onde a tomada de decisão e seu aprimoramento é prerrogativa constante ás outras adaptações. Reintero que correr mais e mais rápido, saltar mais alto ou levantar mais pesos nada tem a ver com performance no futebol. Penso, desta forma que, antes de pensarmos em produzir "craques" ou seleções destes "craques" e preciso rever qual estratégia de pensamentos estamos utilizando.. para avaliar, preparar e revelar atletas. O futebol espanhol, bem como o português e alemão não surgiram por "combustão espontânea", seus projetos possuem calhamaço. Suas pesquisas possuem um "norte" com desenvolvimento mais importantes do que descobrir a quantidade de corridas em alta intensidade ou saltos executados num jogo. E o que precisamos neste momento é um estudo mais minucioso sobre o que está acontecendo no futebol brasileiro, em que mudanças tímidas(em quantidade) mas perceptíveis(em qualidade) estão acontecendo na formação dos treinadores, mas só será significativa quando ocorrerem na concepção destes treinadores e outros profissionais do futebol.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O novo organograma da Comissão Técnica do Futebol

Buscando tornar mais eficiente e especifica o Staff de trabalho do departamento de futebol, seja profissional ou categorias de base, os clubes terão que passar por uma reflexão profunda a respeito das funções e da representatividade de cada um dentro do processo de formação e preparação das equipes para o alto desempenho esportivo. O treinador, enquanto chefe da comissão técnica, precisa ter ao seu lado auxiliares que alimentarão seu trabalho com as informações que serão parâmetros para cada tomada de decisão em relação á cada atleta e para sua equipe. Neste sentido, a partir do momento que for descoberto e estabelecido que a forma não é física e sim desportiva, qual será a função do preparador físico neste processo? Se refletirmos de maneira minuciosa, um jogador que atinge a marca 2350 metros no Yoyô test e outro que obtém apenas 1950 metros no mesmo teste, o que isso nos diz em relação ao desempenho no jogo? É preciso se perguntar se os testes físicos escalam, aprovam ou dispensam jogador. Se a respostas que encontrarem forem as mesmas que a minha, ou seja, não para as 3 questões, então podemos começar a rever o que representa o preparador físico para o futebol. Se pensarmos a respeito do desempenho para o futebol, o conhecimento tático do auxiliar técnico é de mais valia (este esporte é tático)e daremos por encerrada a primeira questão.  Com relação ao trabalho de prevenção de lesões, seja no trabalho de força realizado na sala de musculação, seja nos treinos de estabilização articular, a figura do fisioterapeuta passa a ter melhor adequação a esta função. Segundo aspecto também fechado.  Ainda relacionar o treino de transição do Departamento Médico para as atividades normais com o grupo principal. Sim, neste caso podemos afirmar que o profissional da preparação física tem sua importância no sentido de tornar o atleta apto para realizar as tarefas intensas exigidas no treino normal, ainda sim, nada que os fisioterapeutas não possam fazer. Essa ùltima me gerou certa dúvida. De qualquer forma, se quisermos realmente mudar,de maneira significativa, a metodologia, a concepção de desempenho e o processo de formação, é preciso abolir o reducionismo de nossa prática e desenvolver projetos com uma visão mais sistêmica e especifica ao nosso esporte.  Acredito que hoje, o nome preparador físico é só "fachada", muitos colegas já trabalham com um caráter mais contextualizado. Fica aí, a questão do espaço que deveria ser destinado ao departamento de fisioterapia. O tempo dirá! E fiquemos com essas afirmativas para reflexão: 1-Futebol é um esporte tático, não físico; 2-Futebol é um esporte tático, não técnico. 3-A técnica faz parte das ações de cada jogador, mas é precedida de tomada de decisão, ou seja, futebol ainda sim é claramente um esporte tático. 4-Entender o jogo é mais importante do que quantidade de sprints ou distância percorrida.Continuamos á reforçar a característica da modalidade. Assim, podemos nos atentar para a função do preparador físico e sua importância referente ao desempenho futebolístico, bem como á entrada do fisioterapeuta neste processo. Finalizo, com uma frase para as pessoas preocupadas com sua reserva de mercado: "O mundo detesta mudanças, contudo isto é coisa que traz progresso". Charles Kettering

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A VERDADE SOBRE A BASE DO GALO


Não sou de externar publicamente minhas opiniões sobre comentários de jornalistas esportivos, até porque respeito muitos todos os profissionais envolvidos no futebol, mas com o que li hoje na coluna do jornalista Chico Maia no jornal Super não poderia ficar calado. É lamentável como o referido jornalista, por o qual até o momento eu dispensava respeito e admiração pelo seu trabalho, abordou a questão da revelação do Bernard e do trabalho nas categorias de base do Atlético de forma geral. Vamos a alguns esclarecimentos: o Bernard era titular da base desde a equipe Juvenil, pela qual foi artilheiro da equipe no campeonato mineiro da categoria com 12 gols e atuações belíssimas. Quando subiu para o Júnior estava apenas com 17 anos e havia jogadores mais “velhos” de 19 e 20 anos jogando na sua posição. Justamente por entender que ele era um potencial que não poderia ficar “esperando” a sua hora de jogar e atendendo um pedido do presidente Alexandre Kalil de reforçar o Democrata-SL para tentar o acesso que o jogador foi “emprestado” para o clube de Sete Lagoas. Em relação à estatura dos jogadores da base, o jornalista está completamente equivocado. A prioridade nas categorias de base do Atlético é o talento, sejam esses atletas baixos, médios ou altos. Aliás, a média de estatura da categoria Juvenil (com a qual trabalho) é de 1,74m. Falar nisso, foi relatado que estamos priorizando “jogadores de fora” nas nossas equipes. Pois bem, eu gostaria de escalar para os leitores a equipe Juvenil do Atlético que é a atual campeã estadual e Tetracampeã do Future Champions FIFA : Rodolfo (Sete Lagoas/MG); Igor (Contagem/MG), Andrey (Prudente de Moraes/MG), Gabriel (Matozinhos) e Dêner (Três Pontas/MG); Yago (Belo Horizonte/MG), Marcelo (Sete Lagoas/MG), Rodrigo (Mucuri/MG) e Ânderson (Paracatu/MG); Carlos (Santos/SP) e Zé Alberto (Dourados/MS). Como podem verificar são apenas dois jogadores “de fora”, sendo a maioria de BH ou grande BH e isso é uma constante em todas as categorias. Apesar disso, gostaria de esclarecer que não olhamos “local de nascimento” para escolhermos jogadores para nosso clube, primeiro porque a grandeza e o escudo do Atlético nos permitem uma captação a nível nacional. Segundo porque entendemos que ídolos como Dadá Maravilha, Lola, Marques, Guilherme, Taffarel, Tardeli, Valdir, Diego Alves e agora Ronaldinho Gaúcho (só para citar alguns...) não podem ser “desperdiçados” só por não serem mineiros. Quanto ao comentário de que os nossos “olheiros” são “vesgos e caolhos” e ganham “fortunas” para captar jogadores, gostaria de esclarecer que os observadores técnicos da nossa base são todos ex-jogadores do clube (comandados pelo ex-volante Mauro e o ex-meia Éverton), tem uma média salarial similar aos outros clubes nacionais e nehuma gratificação por jogador encontrado ou vendido (apesar de merecerem, pois fazem um trabalho de grande qualidade). Já em relação à opinião do jornalista de que é um “absurdo importar dirigentes e técnicos para a base” é uma pena que se relacione de novo competência com “local de nascimento”. Até porque o jornalista deve ter inúmeros colegas de trabalho que são excelentes profissionais da imprensa mineira que não nasceram em Minas Gerais, mas que trabalham com muito orgulho nesse estado. Gostaria de dizer que moro há 10 anos em Belo Horizonte, casei com uma mineira de João Monlevade, meu título eleitoral e carteira de motorista são daqui e “adotei” essa maravilhosa cidade para morar. Vim pra cá para estudar na fantástica e renomada Universidade Federal de Minas Gerais porque é a única do Brasil que oferece mestrado em Treinamento Esportivo e sendo uma instituição FEDERAL está aberta a todos os brasileiros que queriam desenvolver conhecimentos. É preciso respeitar mais os profissionais que militam nas categorias de base dos clubes mineiros, todos com excelente formação e caráter, e que trabalham com muito profissionalismo e seriedade porque sabem que há uma torcida por trás que espera tudo de nós. Torcida atleticana, a verdade sobre a base do Galo é essa: somos o clube no Brasil com o maior número de jogadores formados em casa no elenco profissional e gerações muito promissoras por vir, temos jogadores convocados para a seleção brasileira em todas as categorias e nos torneios nacionais e internacionais estamos sempre chegando, para conferir basta fazer uma visita a nossa vasta galeria de troféus. Não vou aqui enumerar títulos porque isso até não é o mais importante no processo, mas fomos até agraciados com o troféu Globo Minas 2012 pela conquista do Tetracampeonato do Future Champions FIFA. Eu realmente não sei o que está por trás de algumas opiniões, mas dessa vez não pude ficar calado. Principalmente porque fui um dos treinadores que apostou no talento do Bernard nas categorias de base e o colocou para jogar. Ter que ler que o Bernard só está no profissional porque o jornalista Chico Maia “mandou o presidente olhar” ele jogando no Democrata é um atentado a inteligência do torcedor e um desrespeito a quem realmente “amassa o barro”. Para finalizar dou uma sugestão: convidem alguém da base para falar em algum programa esportivo sobre todo esse processo, ou até melhor, perguntem ao Bernard.
Diogo Giacomini
(Técnico do Juvenil do Clube Atlético Mineiro)